sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Primeiro "Tempo" ♪

Invernos
Impérios
Mistérios ♫

Lembranças
Cobranças
Vinganças ♪

Assim como a dor que fere o peito
Isso vai passar também ♫

E todo o medo, o desespero e a alegria
E a tempestade, a falsidade, a calmaria
E os teus espinhos e o frio que eu sinto
Isso vai passar também ♪

Saudades
Vaidades
Verdades ♫

Coragem
Miragens
E a imagem no espelho ♪

Como a dor que fere o peito
Isso vai passar também ♫

E todo o medo, o desespero e a alegria
E a tempestade, a falsidade, a calmaria
E os teus espinhos e o frio que eu sinto
Isso vai passar também ♪

Isso vai passar
Isso vai passar
Isso vai passar também ♫

Isso vai passar
Isso vai passar ♪

Isso vai passar também ♫

“Invernos Impérios Mistérios”. Dias frios nesse agosto. Ao menos na cidade onde eu moro. Dias nublados, de chuva sem fim, com cara de depressão. Dias assim, somados as minhas insistentes tentativas de conversar com minha mãe a possibilidade de eu ir nesse show se tornava assim, mistério. Eu ficava totalmente sem respostas, falando sozinha. “Lembranças Cobranças Vinganças”. E quando obtinha alguma resposta era isso. Eram lembranças e cobranças. Eram justificativas, tentativas de tentar me convencer de que eu não poderia ir. Como uma vingança maquiada, praticamente. Mas eu sempre soube que “Assim como a dor Que fere o peito Isso vai passar Também E todo o medo, o desespero E a alegria E a tempestade, a falsidade A calmaria E os teus espinhos E o frio que eu sinto Isso vai passar Também”. E foi o que aconteceu. As coisas passaram. Meu medo, meu desespero de não estar nesse show, passaram. A alegria do “sim” que eu finalmente recebi, menos de 48 horas antes do show, também passou, pois eu não queria transparecer ali essa alegria, uma pra não contar vitória antes do tempo e outra pra não pesar mais o clima de discussão que já estava na casa há dias. Eu não queria passar por falsa, apesar de que minha euforia seria muito verdadeira. E logo a calmaria passou, pois foi aquela correria, pois assim que eu garanti passagem de avião, corri para organizar tudo que eu tinha para organizar em poucas horas. Triste foi à hora de sair para ir viajar, dar tchau pra minha mãe e sentir ela tão normal, praticamente seca, mas sei, machucada um tanto. Sair naquele frio, naquele tempo feio, pra ir viajar e dizer para meu pai que eu estava indo para Porto Alegre sem contar o restante, para ir para São Paulo. Tudo isso foi duro, corrido e nada como eu imaginei e sim como tinha que ser, mas tudo isso passou. “Saudades Vaidades Verdades Coragem Miragens E a imagem no espelho”. Eu já fiquei com saudades dos meus pais, mesmo que eu tenha estado com eles pouco tempo antes. Eu sei que na cabeça deles ir a esse show era uma vaidade minha e por isso não teria problema eu não ir, era quase um absurdo naquele momento, mas para mim, era algo de verdade. Pra valer mesmo. Era algo que eu tinha a certeza de que não poderia perder. Mas não teve jeito. Tive coragem, encarei pai e mãe, comprei a briga e fui cumprir essa aventura pra participar do Manuscrito Ao Vivo. Quando eu não estava dormindo e sonhando com esse show, eu estava acordada diante de miragens do mesmo. Como se fossem premonições de como seria o show e de como seria estar assistindo-o ao vivo. Eu me olhava no espelho e não via mais a mim, mas as coisas que eu queria ver. E a mim, eu só vi no espelho quando eu estava de passagens na mão para viajar para São Paulo. Aí sim, eu vi o sorriso de satisfação particular e radiante, inteiramente meu, satisfeito de ter conseguido.
E tudo isso aconteceu, passou, mas ficou guardado em mim. E aqui está toda a minha lembrança a respeito desse show, repetida várias vezes, em várias frases, em todos os pedaços desse post.
Sandy sentou ao piano e tocou “Tempo”, mas não até o fim. Levantou-se logo após o refrão final e se direcionou até o centro do palco. “Obrigada São Paulo. Obrigada quem veio me prestigiar essa noite. Isso é muito importante pra mim. Vocês são demais gente. Obrigada, tchau”, agradeceu Sandy enquanto os convidados Lenine, Nerina Pallot e Seu Jorge voltavam ao palco para cumprimentá-la e cumprimentar sua banda que juntou-se a ela no centro do palco. Todos abraçados e embalados pelo solo dos acordes do violão de Edu Tedeschi “Isso vai passar, isso vai passar também”. “Mais uma, mais uma”, pediu Sandy e cantou acompanhada por nós fãs “Isso vai passar, isso vai passar também”. “Valeu, obrigada viu?!”, agradeceu Sandy cumprimentando a banda e os amigos convidados enquanto era aplaudida por nós fãs sob os gritos de “Sandy, Sandy, Sandy”. “obrigada gente, vocês foram incríveis. Boa noite, boa noite. Obrigada viu?!”, agradeceu e despediu-se Sandy saindo do palco acompanhada de todos. Mas ninguém saiu do teatro. Ficamos todos ali sentados em nossas poltronas. Enquanto isso uns gritavam “Junior, Junior, Junior”. Ninguém queria aceitar que tinha acabado. Mas isso porque escutávamos murmúrios na coxia entre Doug e mais alguém, muito provavelmente Junior. E então Doug entrou no palco. “Galera, nós vamos, para a tristeza de vocês, a gente vai ter que refazer uma música”, disse Doug. E todos nós adoramos a ideia. “Vá lá. A primeira música, Pés Cansados. Então eu gostaria que todo mundo sentasse, comecinho de show, tá? Nós vamos fechar as cortinas e aí, vamo que vamo. É com vocês”, finalizou Doug indo em direção as cortinas que começavam a ser fechadas. E demorou até que começasse novamente
E então apagaram as luzes. Sinal de que novamente iria começar o show. A produção esperou o pessoal se acalmar e arrumar tudo novamente. Então as luzes piscaram e as cortinas começaram a se abrir. Soaram, novamente, os primeiros acordes de...

Segue...

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