“Marley me ensinou há viver cada dia com alegria e exuberância desenfreadas, aproveitar cada momento e seguir o que diz o coração. Ele me ensinou a apreciar coisas simples – um passeio pelo bosque, uma neve recém-caída, uma soneca sob o sol de inverno. E enquanto envelhecia e adoecia, ensinou-me a manter o otimismo diante da adversidade. Principalmente, ele me ensinou sobre a amizade e o altruísmo e, acima de tudo, sobre lealdade incondicional.
Era um conceito interessante que só então, após a morte dele, eu compreendia inteiramente. Marley como mentor. Como professor e exemplo. Seria possível que um cachorro – qualquer cachorro, mas principalmente um absolutamente incontrolável e maluco como o nosso – pudesse mostrar aos seres humanos o que realmente importava na vida? Eu acreditava que sim. Lealdade. Coragem. Devoção. Simplicidade. Alegria. E também as coisas que não tinham importância. Um cão não precisa de carros modernos, palacetes ou roupas de grife. Símbolos de status não significam nada para ele. Um pedaço de madeira encontrado na praia serve. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Um cão não se importa se você é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Se você lhe der seu coração, ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. Enquanto eu escrevia a coluna de despedida para Marley, descobri que tudo estava bem à nossa frente, se apenas pudéssemos ver. Às vezes, era preciso um cachorro com mau hálito, péssimos modos e intenções puras para nos ajudar a ver.”
Essas são palavras tiradas do livro “Marley e Eu”, que deu origem ao filme com o mesmo título. Com certeza há muitas pessoas que ainda não viram esse filme. Mas quer saber? Deveria ser obrigatório todos assistirem-no. Mas tenho a certeza que quem já leu o livro e/ou viu o filme, não teve como conter as lágrimas; pois o mesmo é emocionante e nos faz ver o real valor das coisas e como um cachorro – ou qualquer outro animal – de estimação não é só um cãozinho qualquer, mas sim alguém que pode fazer parte da nossa família, ser a nossa família, sem dúvida nosso melhor e mais importante amigo.
Eu já tive muitos cães. Gatos, alguns, mas cães vários. Alguns eu talvez nem lembre os nomes, pois era muito pequena e também, foram tantos... Mas vou dedicar esse trecho de “Marley e Eu” aos que eu lembrar e não lembrar de citar aqui.
• A Tita que, hahaha, a cena que me faz recordar dela é na filmagem do meu aniversário de um ano em que estou na mesa em meio aos presentes com ela do meu lado e de repente ela caí da mesa... É assim que acaba a filmagem.
• Depois o Snoopy. Um cachorro preto que recebeu esse nome porque, quando eu era pequena, e quem é da década de 90 vai lembrar, da linha infantil Snoopy de shampoo, condicionadores, sabonetes, entre outros cosméticos, eu os usava e gostava muito do desenho e por isso ele recebeu esse nome.
• A Chiquinha, uma Fox Paulistinha, branca com manchas pretas que esteve comigo por nove anos e faleceu por causa de um “Senhor” que a atropelou. A Chiquinha foi mãe várias vezes. Sua primeira ninhada deram quatro filhotinhos. Três machos e uma fêmea. O nome deles era Preto e Dodô. Eram dois cachorrinhos pretos. Receberam esse nome porque eu lembro que na época meus irmãos tinham dois amigos que eram gêmeos e seus apelidos eram Preto e Dodô. Aí tinha o Cara-metade que tinha parte da cara branca e a outra preta. E por fim, a Fofinha que, não precisa nem explicações, ela era muito fofa. Mas essa um filho da mãe matou com um chute (pé 43 por aí). Depois ela teve uma ninhada com cinco filhotes em que ela engravidou de um linguicinha. Ela teve outras duas crias que no momento eu não lembro nem quantos foram e nem de que cachorro foi. Apenas lembro que em uma dessas crias, havia dois filhotinhos muito espoletas, que, não sei como, fugiam do local onde estavam e acabaram sendo atropelados, lá em casa mesmo. Um morreu na hora e o outro passou alguns dias ruins, caminhando torto, mas logo morreu. Mas a última cria dela, ela morreu um pouco depois que eles já tinham mais ou menos 20 dias. Ela deu a cria a três filhotes. Dois machos e uma fêmea. Um foi levado pelos nossos amigos de São Luís do Maranhão e recebeu o nome de Pingo, porque ele era o menor de todos. O outro gordo que só, recebeu o nome de Urso II. E a fêmea recebeu o nome de Patinha, pois ela tinha nascido apenas com três patas. Mas era um amor. Muito esperta. Esses três eram filhos do Kobe, um Fox Paulistinha branco com manchas marrons que era de uma amiga minha, a Simone. Após a morte da Chiquinha fiquei com o Urso e com a Patinha.
• Teve também o Fred. Um poodle amarelinho, bem tontinho, mas muito amado. Um dia meu irmão foi cortar o pelo dele, tosar e como ele tinha muito pelo e meu irmão também não prestou atenção, cortou a orelha dele.
• Além disso, eu tive um Husky Siberiano branco com os olhos azuis que chamei de Urso. Eu não sabia, até ter um, que nos primeiros meses de vida eles são um tanto surdos. É! O Urso nós chamávamos e ele não vinha, fizemos testes e ele não respondia. E fomos atrás, pesquisamos, e sim, eles são surdos nos primeiros meses. E ele ficava dentro de casa, saía apenas para fazer suas necessidades. Era inverno quando o ganhei, e numa manha de sol ele saiu pra rua junto comigo. Ele foi fazer suas necessidades e eu e minha mãe, pegamos um dos filhotinhos linguicinhas da Chiquinha para levar para alguém. Quando voltamos e eu desci do carro encontrei-o morto. Antes de sair de casa, não vimos que ele estava deitado embaixo do carro onde estava mais quente por causa do motor e tal e minha mãe, passou por cima dele. Chorei muito. Foi o segundo cachorro pelo qual eu chorei (que eu lembre). A primeira foi a Fofinha.
• Tive também a Nina, a Tina... Outros cachorros. Alguns adotados na ONG amigos bixo. Ganhei uma filhote de boxer, mas chorava tanto que meus pais não quiseram ficar com ela.
• Ganhei uma dálmata também. Caramba, eu era apaixonado por ela. Ela era grande, devia ter uns dois anos já. Colocamos o nome dela de Pepita, mas não sabíamos que ela já tinha um nome. Fucinha. Eu lembro que saia com ela segurando-a por duas correntes. Ela praticamente me arrastava. Só que ela chamava a atenção. E por não termos um terreno fechado meu pai resolveu dá-la para meu tio, pois tinha medo que a roubassem. Então ela recebeu o nome de Mel.
• Uma das cachorras, a Tina morreu porque foi atropelada também e a Nina porque teve parvovirose. Ela morreu enquanto eu estava com minha mãe no Rio de Janeiro em outubro ou novembro de 2005. Depois disso tivemos que ficar mais de um ano sem cachorros. Nossa! Vocês não tem noção do quanto eu senti falta de um bichinho. O único que ficou foi o Snoopy. O mais velho da turma. Eu devo ter ficado com ele uns 14 anos até ele falecer no início de 2010.
• Então, em 24 de fevereiro de 2007 eu ganhei o Pingo da Adriana e o Gustavo Zamponi. Amigos de Recife e que desde 2006 residem em Gramado. Pingo tinha exatamente um mês quando eu o ganhei. Um filhotinho lindo, gordinho, bem pequeno. Mal conseguia ficar em pé. As patinhas ainda muito lisas escorregavam quando ele tentava caminhar. Pra tomar água, leite, pra comer tinha que ficar escorando ele nas costas pra ele não escorregar para trás. Mas ele cresceu, cachorrinho obediente sempre. Ensinei bem modéstia à parte. Mas ele ia para o meu quarto querer dormir comigo. Não conseguia subir na cama e ficava chorando do lado até eu o pegar. E como sempre, ou ele ia para baixo do meu pescoço ou ele entrava por baixo das cobertas e ia deitar perto dos meus pés. Mas ele ficou muito grande (para minha mãe, claro) e teve que ir pra rua, para sua casinha. Mas era abrir a porta de casa pela manhã que ele corria para meu quarto, pulava na minha cama e ia para baixo das cobertas. Eu acordava antes de ele chegar ao meu quarto, pois o barulho dele correndo dentro de casa era grande. Quase um cavalo. Numa dessas manhas, escutei-o vindo em direção ao meu quarto e quando me virei ele estava pulando em cima da minha cama. Acontece que ele pulou e acertou a pata bem no meu olho. A unha dele machucou um pouco o canto do olho, mas no outro dia eu já estava bem. E foi sempre assim, meu companheiro. De brincar, de obedecer, de dar e receber carinho, de entender e fazer-me entender mesmo sem ele dizer nada. Seus olhos já diziam muito. O suficiente para eu entender. Meu parceiro de caminhadas. Quanto susto nós tomávamos com os cachorros maiores. É! Pingo era porte médio, mas ele não estava nem aí se o cachorro era maior que ele. Ele encarava e enfrentava e colocava qualquer outro pra correr. Bichinho corajoso.
Era um tanto bobão também. Muito criança ainda. Em 3 de outubro de 2010, manhã do primeiro turno das eleições Pingo matou Riperti meu primeiro porquinho-da-índia. Fiquei muito triste e muito brava com ele. Apesar de que, isso aconteceu por causa de outras pessoas. Mas claro, ele não se conteve e quando teve oportunidade o matou. Fiquei sem falar, sem brincar com ele. Tenho a certeza que ele sentiu e eu também. Mas eu não resisti tanto tempo com aquela carinha de pidão que ele sempre teve e aos poucos comecei a agir normalmente novamente com ele.
Só que, infelizmente, essa semana, de uma hora para a outra, ele começou a ficar ruir, vomitar, não querer comer, emagreceu muito rápido, não dava mais bola para os cachorros inconvenientes, até que meu pai me falou que estava preocupado. Isso aconteceu em dois dias, três talvez. Na noite do último dia 18, quando meu pai comentou comigo que Pingo não estava bem, aceitei e tudo mais, mas não imaginei o quanto ele estava bem. Cheguei em casa como todas as noites e chamei a Paçoca (minha outra cachorra) e ela começou a latir, hiperativa como sempre. Chamei o Pingo e ele nem se mexeu. Mal e mal mexeu a cabeça. Dei boa noite para eles e entrei em casa. Mas não fiquei tranquila, logo voltei pra rua e Pingo estava deitado na área da minha casa. Sentei ao seu lado e conversei com ele. Pedi para que ele ficasse bom para que pudéssemos fazer nossas caminhadas. Disse que ele tinha que ficar bom, pois seu aniversario estava quase chegando. E de repente entrou um cachorrinho no terreno. Pingo o viu, mas nem se mexeu. Fiquei realmente preocupada. Em outros dias Pingo teria colocado aquele cachorro pra correr antes mesmo de ele pensar entrar no terreno. Manteiga derretida, logo comecei a chorar. Implorar para que ele ficasse bem. Ofereci água e ele não quis. Minha mãe chegou e viu que eu estava chorando, preocupadíssima. Pediu para que eu entrasse com Pingo em casa. Peguei-o no colo porque ele não tinha força pra ficar em pé. Coloquei-o deitado em minhas pernas escorado na minha barriga e com um canudo, prendendo água no mesmo comecei a dar água para ele. Ele mal tinha força para engolir a água. Estava com os lábios gelados. Respirava devagarzinho e eu chorava cada vez mais. Rezei para todos os santos, rezei para São Lázaro irmão de Martha e Maria, tio de Jesus que o fez ressuscitar quando não se tinha mais esperanças, protetor dos cães. Fiz mil promessas. Conversei com Pingo, fiz planos... Tudo em meios a soluços e lágrimas e evitando pensar no pior. Fiquei ali com ele no meu colo, praticamente desfalecido. Respirando os últimos ares nos pulmões. Ele me olhava como se quisesse me dizer tudo o que ele tinha para dizer. Eu entendi tudo sem nem saber o que era. Apenas senti. Essa foi a última vez que vi os olhos dele ainda brilhando, por mais que fosse um brilho distante. Com um nó enorme na garganta, choro e lágrimas rolando pelo rosto, me despedi dele, sem dizer tchau, apenas dei boa noite a ele e disse que ele iria ficar bem. Coloquei-o a dormir. E ele dormiu... Chorei praticamente a noite toda até, por cansaço, pegar no sono. Pela manhã levantei, chamei Pingo numa tentativa de vê-lo vindo em minha direção correndo. Mas foi em vão. Perguntei ao meu pai sobre ele e meu pai disse que não tinha visto ele ainda. Fui trabalhar. Com uma sensação ruim a manha toda, liguei para meu pai e perguntei se Pingo tinha aparecido e meu pai disse que não. Pedi a ele que falasse a verdade... Escutei meu pai respirando fundo e logo em seguida ele dizendo “É minha filha, ele faleceu”. Foi duro ter que conter as lágrimas por estar no ambiente de trabalho nesse momento. Mas quando cheguei em casa desabei. Meu parceiro não estava mais comigo.
Tem sido pior chegar em casa a noite e não vê-lo sentadinho em frente a sua casinha esperando eu chegar em casa com a Paçoca louca ao seu lado latindo e perturbando-o. Ela tadinha, tem sentido muito a falta de Pingo que na próxima segunda-feira (24) iria estar completando quatro anos (ou 28) – aquela coisa de a idade do cachorro ser multiplicada por sete.
Infelizmente não terei mais o Pingo perto de mim fisicamente, mas sei que ele esta junto com todos os seus amiguinhos que já foram seus irmãos, meus outros cachorros. Principalmente a Chiquinha que foi outra grande parceirinha minha.
Não pensem que não me dói ter que escrever tudo isso aqui. Dói mais do que se possa imaginar. Mas sei que outros cachorros certamente irão passar na minha vida... Talvez outros animais como os que já tive, passarinhos, Chico o tucano, Beco a ovelha, Rabit o coelho, Bianca o gato (sim, não sabíamos que era um gato). Mas Pingo vai deixar saudades por tudo que ele significou.
Era um conceito interessante que só então, após a morte dele, eu compreendia inteiramente. Marley como mentor. Como professor e exemplo. Seria possível que um cachorro – qualquer cachorro, mas principalmente um absolutamente incontrolável e maluco como o nosso – pudesse mostrar aos seres humanos o que realmente importava na vida? Eu acreditava que sim. Lealdade. Coragem. Devoção. Simplicidade. Alegria. E também as coisas que não tinham importância. Um cão não precisa de carros modernos, palacetes ou roupas de grife. Símbolos de status não significam nada para ele. Um pedaço de madeira encontrado na praia serve. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Um cão não se importa se você é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Se você lhe der seu coração, ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. Enquanto eu escrevia a coluna de despedida para Marley, descobri que tudo estava bem à nossa frente, se apenas pudéssemos ver. Às vezes, era preciso um cachorro com mau hálito, péssimos modos e intenções puras para nos ajudar a ver.”
Essas são palavras tiradas do livro “Marley e Eu”, que deu origem ao filme com o mesmo título. Com certeza há muitas pessoas que ainda não viram esse filme. Mas quer saber? Deveria ser obrigatório todos assistirem-no. Mas tenho a certeza que quem já leu o livro e/ou viu o filme, não teve como conter as lágrimas; pois o mesmo é emocionante e nos faz ver o real valor das coisas e como um cachorro – ou qualquer outro animal – de estimação não é só um cãozinho qualquer, mas sim alguém que pode fazer parte da nossa família, ser a nossa família, sem dúvida nosso melhor e mais importante amigo.
Eu já tive muitos cães. Gatos, alguns, mas cães vários. Alguns eu talvez nem lembre os nomes, pois era muito pequena e também, foram tantos... Mas vou dedicar esse trecho de “Marley e Eu” aos que eu lembrar e não lembrar de citar aqui.
• A Tita que, hahaha, a cena que me faz recordar dela é na filmagem do meu aniversário de um ano em que estou na mesa em meio aos presentes com ela do meu lado e de repente ela caí da mesa... É assim que acaba a filmagem.
• Depois o Snoopy. Um cachorro preto que recebeu esse nome porque, quando eu era pequena, e quem é da década de 90 vai lembrar, da linha infantil Snoopy de shampoo, condicionadores, sabonetes, entre outros cosméticos, eu os usava e gostava muito do desenho e por isso ele recebeu esse nome.
• A Chiquinha, uma Fox Paulistinha, branca com manchas pretas que esteve comigo por nove anos e faleceu por causa de um “Senhor” que a atropelou. A Chiquinha foi mãe várias vezes. Sua primeira ninhada deram quatro filhotinhos. Três machos e uma fêmea. O nome deles era Preto e Dodô. Eram dois cachorrinhos pretos. Receberam esse nome porque eu lembro que na época meus irmãos tinham dois amigos que eram gêmeos e seus apelidos eram Preto e Dodô. Aí tinha o Cara-metade que tinha parte da cara branca e a outra preta. E por fim, a Fofinha que, não precisa nem explicações, ela era muito fofa. Mas essa um filho da mãe matou com um chute (pé 43 por aí). Depois ela teve uma ninhada com cinco filhotes em que ela engravidou de um linguicinha. Ela teve outras duas crias que no momento eu não lembro nem quantos foram e nem de que cachorro foi. Apenas lembro que em uma dessas crias, havia dois filhotinhos muito espoletas, que, não sei como, fugiam do local onde estavam e acabaram sendo atropelados, lá em casa mesmo. Um morreu na hora e o outro passou alguns dias ruins, caminhando torto, mas logo morreu. Mas a última cria dela, ela morreu um pouco depois que eles já tinham mais ou menos 20 dias. Ela deu a cria a três filhotes. Dois machos e uma fêmea. Um foi levado pelos nossos amigos de São Luís do Maranhão e recebeu o nome de Pingo, porque ele era o menor de todos. O outro gordo que só, recebeu o nome de Urso II. E a fêmea recebeu o nome de Patinha, pois ela tinha nascido apenas com três patas. Mas era um amor. Muito esperta. Esses três eram filhos do Kobe, um Fox Paulistinha branco com manchas marrons que era de uma amiga minha, a Simone. Após a morte da Chiquinha fiquei com o Urso e com a Patinha.
• Teve também o Fred. Um poodle amarelinho, bem tontinho, mas muito amado. Um dia meu irmão foi cortar o pelo dele, tosar e como ele tinha muito pelo e meu irmão também não prestou atenção, cortou a orelha dele.
• Além disso, eu tive um Husky Siberiano branco com os olhos azuis que chamei de Urso. Eu não sabia, até ter um, que nos primeiros meses de vida eles são um tanto surdos. É! O Urso nós chamávamos e ele não vinha, fizemos testes e ele não respondia. E fomos atrás, pesquisamos, e sim, eles são surdos nos primeiros meses. E ele ficava dentro de casa, saía apenas para fazer suas necessidades. Era inverno quando o ganhei, e numa manha de sol ele saiu pra rua junto comigo. Ele foi fazer suas necessidades e eu e minha mãe, pegamos um dos filhotinhos linguicinhas da Chiquinha para levar para alguém. Quando voltamos e eu desci do carro encontrei-o morto. Antes de sair de casa, não vimos que ele estava deitado embaixo do carro onde estava mais quente por causa do motor e tal e minha mãe, passou por cima dele. Chorei muito. Foi o segundo cachorro pelo qual eu chorei (que eu lembre). A primeira foi a Fofinha.
• Tive também a Nina, a Tina... Outros cachorros. Alguns adotados na ONG amigos bixo. Ganhei uma filhote de boxer, mas chorava tanto que meus pais não quiseram ficar com ela.
• Ganhei uma dálmata também. Caramba, eu era apaixonado por ela. Ela era grande, devia ter uns dois anos já. Colocamos o nome dela de Pepita, mas não sabíamos que ela já tinha um nome. Fucinha. Eu lembro que saia com ela segurando-a por duas correntes. Ela praticamente me arrastava. Só que ela chamava a atenção. E por não termos um terreno fechado meu pai resolveu dá-la para meu tio, pois tinha medo que a roubassem. Então ela recebeu o nome de Mel.
• Uma das cachorras, a Tina morreu porque foi atropelada também e a Nina porque teve parvovirose. Ela morreu enquanto eu estava com minha mãe no Rio de Janeiro em outubro ou novembro de 2005. Depois disso tivemos que ficar mais de um ano sem cachorros. Nossa! Vocês não tem noção do quanto eu senti falta de um bichinho. O único que ficou foi o Snoopy. O mais velho da turma. Eu devo ter ficado com ele uns 14 anos até ele falecer no início de 2010.
• Então, em 24 de fevereiro de 2007 eu ganhei o Pingo da Adriana e o Gustavo Zamponi. Amigos de Recife e que desde 2006 residem em Gramado. Pingo tinha exatamente um mês quando eu o ganhei. Um filhotinho lindo, gordinho, bem pequeno. Mal conseguia ficar em pé. As patinhas ainda muito lisas escorregavam quando ele tentava caminhar. Pra tomar água, leite, pra comer tinha que ficar escorando ele nas costas pra ele não escorregar para trás. Mas ele cresceu, cachorrinho obediente sempre. Ensinei bem modéstia à parte. Mas ele ia para o meu quarto querer dormir comigo. Não conseguia subir na cama e ficava chorando do lado até eu o pegar. E como sempre, ou ele ia para baixo do meu pescoço ou ele entrava por baixo das cobertas e ia deitar perto dos meus pés. Mas ele ficou muito grande (para minha mãe, claro) e teve que ir pra rua, para sua casinha. Mas era abrir a porta de casa pela manhã que ele corria para meu quarto, pulava na minha cama e ia para baixo das cobertas. Eu acordava antes de ele chegar ao meu quarto, pois o barulho dele correndo dentro de casa era grande. Quase um cavalo. Numa dessas manhas, escutei-o vindo em direção ao meu quarto e quando me virei ele estava pulando em cima da minha cama. Acontece que ele pulou e acertou a pata bem no meu olho. A unha dele machucou um pouco o canto do olho, mas no outro dia eu já estava bem. E foi sempre assim, meu companheiro. De brincar, de obedecer, de dar e receber carinho, de entender e fazer-me entender mesmo sem ele dizer nada. Seus olhos já diziam muito. O suficiente para eu entender. Meu parceiro de caminhadas. Quanto susto nós tomávamos com os cachorros maiores. É! Pingo era porte médio, mas ele não estava nem aí se o cachorro era maior que ele. Ele encarava e enfrentava e colocava qualquer outro pra correr. Bichinho corajoso.
Era um tanto bobão também. Muito criança ainda. Em 3 de outubro de 2010, manhã do primeiro turno das eleições Pingo matou Riperti meu primeiro porquinho-da-índia. Fiquei muito triste e muito brava com ele. Apesar de que, isso aconteceu por causa de outras pessoas. Mas claro, ele não se conteve e quando teve oportunidade o matou. Fiquei sem falar, sem brincar com ele. Tenho a certeza que ele sentiu e eu também. Mas eu não resisti tanto tempo com aquela carinha de pidão que ele sempre teve e aos poucos comecei a agir normalmente novamente com ele.
Só que, infelizmente, essa semana, de uma hora para a outra, ele começou a ficar ruir, vomitar, não querer comer, emagreceu muito rápido, não dava mais bola para os cachorros inconvenientes, até que meu pai me falou que estava preocupado. Isso aconteceu em dois dias, três talvez. Na noite do último dia 18, quando meu pai comentou comigo que Pingo não estava bem, aceitei e tudo mais, mas não imaginei o quanto ele estava bem. Cheguei em casa como todas as noites e chamei a Paçoca (minha outra cachorra) e ela começou a latir, hiperativa como sempre. Chamei o Pingo e ele nem se mexeu. Mal e mal mexeu a cabeça. Dei boa noite para eles e entrei em casa. Mas não fiquei tranquila, logo voltei pra rua e Pingo estava deitado na área da minha casa. Sentei ao seu lado e conversei com ele. Pedi para que ele ficasse bom para que pudéssemos fazer nossas caminhadas. Disse que ele tinha que ficar bom, pois seu aniversario estava quase chegando. E de repente entrou um cachorrinho no terreno. Pingo o viu, mas nem se mexeu. Fiquei realmente preocupada. Em outros dias Pingo teria colocado aquele cachorro pra correr antes mesmo de ele pensar entrar no terreno. Manteiga derretida, logo comecei a chorar. Implorar para que ele ficasse bem. Ofereci água e ele não quis. Minha mãe chegou e viu que eu estava chorando, preocupadíssima. Pediu para que eu entrasse com Pingo em casa. Peguei-o no colo porque ele não tinha força pra ficar em pé. Coloquei-o deitado em minhas pernas escorado na minha barriga e com um canudo, prendendo água no mesmo comecei a dar água para ele. Ele mal tinha força para engolir a água. Estava com os lábios gelados. Respirava devagarzinho e eu chorava cada vez mais. Rezei para todos os santos, rezei para São Lázaro irmão de Martha e Maria, tio de Jesus que o fez ressuscitar quando não se tinha mais esperanças, protetor dos cães. Fiz mil promessas. Conversei com Pingo, fiz planos... Tudo em meios a soluços e lágrimas e evitando pensar no pior. Fiquei ali com ele no meu colo, praticamente desfalecido. Respirando os últimos ares nos pulmões. Ele me olhava como se quisesse me dizer tudo o que ele tinha para dizer. Eu entendi tudo sem nem saber o que era. Apenas senti. Essa foi a última vez que vi os olhos dele ainda brilhando, por mais que fosse um brilho distante. Com um nó enorme na garganta, choro e lágrimas rolando pelo rosto, me despedi dele, sem dizer tchau, apenas dei boa noite a ele e disse que ele iria ficar bem. Coloquei-o a dormir. E ele dormiu... Chorei praticamente a noite toda até, por cansaço, pegar no sono. Pela manhã levantei, chamei Pingo numa tentativa de vê-lo vindo em minha direção correndo. Mas foi em vão. Perguntei ao meu pai sobre ele e meu pai disse que não tinha visto ele ainda. Fui trabalhar. Com uma sensação ruim a manha toda, liguei para meu pai e perguntei se Pingo tinha aparecido e meu pai disse que não. Pedi a ele que falasse a verdade... Escutei meu pai respirando fundo e logo em seguida ele dizendo “É minha filha, ele faleceu”. Foi duro ter que conter as lágrimas por estar no ambiente de trabalho nesse momento. Mas quando cheguei em casa desabei. Meu parceiro não estava mais comigo.
Tem sido pior chegar em casa a noite e não vê-lo sentadinho em frente a sua casinha esperando eu chegar em casa com a Paçoca louca ao seu lado latindo e perturbando-o. Ela tadinha, tem sentido muito a falta de Pingo que na próxima segunda-feira (24) iria estar completando quatro anos (ou 28) – aquela coisa de a idade do cachorro ser multiplicada por sete.
Infelizmente não terei mais o Pingo perto de mim fisicamente, mas sei que ele esta junto com todos os seus amiguinhos que já foram seus irmãos, meus outros cachorros. Principalmente a Chiquinha que foi outra grande parceirinha minha.
Não pensem que não me dói ter que escrever tudo isso aqui. Dói mais do que se possa imaginar. Mas sei que outros cachorros certamente irão passar na minha vida... Talvez outros animais como os que já tive, passarinhos, Chico o tucano, Beco a ovelha, Rabit o coelho, Bianca o gato (sim, não sabíamos que era um gato). Mas Pingo vai deixar saudades por tudo que ele significou.
Tu vai fazer falta. Fica bem onde estiver Pingo. Te amo parceirinho.
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