quinta-feira, 2 de junho de 2011

A vida como "O Curioso Caso de Benjamin Button"

Dedico este post a minha irmanzii Nath Ledô que foi quem, em 2008, me falou do filme "O Curioso Caso de Benjamin Button" e disse que eu tinha que assisti-lo. Obrigada irmanzii!


Penso que algumas coisas na nossa vida deveriam ser como "O Curioso Caso de Benjamin Button". Para quem não conhece a história, para quem nunca assistiu ao filme – o que acho quase incrédulo, sob a única condenação – ASSISTA!

“Nova Orleans, 1918. Benjamin Button (Brad Pitt) nasceu de forma incomum, com a aparência e doenças de uma pessoa em torno dos oitenta anos mesmo sendo um bebê. Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, Button rejuvenesce. Quando ainda criança ele conhece Daisy (Cate Blanchett), da mesma idade que ele, por quem se apaixona. É preciso esperar que Daisy cresça, tornando-se uma mulher, e que Benjamin rejuvenesça para que, quando tiverem idades parecidas, possam enfim se envolver.”

Lendo assim a sinopse apenas, não damos nada pelo filme. Na verdade, até se dá, se espera algo, mas não a reflexão a que o filme leva, ou que pelo menos me levou. Benjamin nasceu velho e morreu novo. Nasceu com “idade” e aparência suficiente, para ter muitas experiências de vida, até mesmo para contar, mas sem nenhuma delas, apenas idade e aparência. E morreu com “idade” e aparência de um bebê com todas as experiências e nenhuma idade para tê-las.

“A vida seria infinitamente mais feliz se pudéssemos 
nascer aos 80 anos e gradualmente chegar aos 18”.

Depois de um filme como esse, muitas pessoas vão questionar-se se preferiam nascer e morrer como Button, ou se ainda preferiam nascer e morrer como é o ciclo normal e real da vida. Dessa que conhecemos. Eu lhes digo que apesar de saber que o fim pode ser doloroso, eu ainda prefiro a vida assim como ela é. Por isso não concordo com a frase mais acima, que está no filme. Pense bem, imagine você tendo a idade de uma criança de sete anos, com o mesmo espírito que ela, querendo brincar e se divertir com as outras, querendo aprender sobre as coisas como todas as outras, tudo há seu tempo, mas não pode por estar em um físico de 80 anos. Ou então, imagine você com todas as experiências possíveis, ganhadas “a pau-e-corda”, não ao tempo certo, com seus 80 anos de idade, num físico de 13 anos, em que você já não lembra o que viveu tudo que aprendeu... O quanto deve ser ruim você ser tratado como um idoso tendo idade e espírito de um jovem, ou ser tratado como uma criança tendo idade e dificuldades de um idoso... Imagina o quão estranho seria você dar uma declaração como está em mais uma das frases do filme:

“Sou velho e já passei por muitas dificuldades, mas a maioria delas nunca existiu”.

Mais cedo fiz um questionamento ao vento, dizendo por que ao menos as coisas, ao invés de nós, não poderiam ser como "O Curioso Caso de Benjamin Button". Explico. “Algumas coisas podiam se perder inicialmente, ficar ruim e depois, pra sempre, ficarem boas... E não ao contrário, como é na realidade”, foi o que questionei. Ainda posso dar exemplos. Porque temos que conhecer, gostar, partilhar, participar, adorar, dar e receber afeto, amar e depois as coisas começam a ficar rotineiras, se perdem porque “ah a gente sabe que está ali quando eu precisar”, mas esquecemos que temos que estar presentes sempre e não só quando precisamos ou precisam de nós. E então insistimos, tentamos corrigir os erros, as coisas inicialmente melhoram porque não queremos que se percam. Mas as coisas vão a declínio, se perdendo aos poucos. Caem tanto, como a temperatura, esfriam. Podem congelar. E bom seria se congelassem. Nada como o calor para derreter e reaquecê-las não é?! Mas o pior é quando se quebra. As marcas, por mais que consigamos reconstruir, permanecem e deixa tudo fragilizado. Fica aquele sentimento. A gente perdoa, mas não esquece. É como se perdêssemos alguém, ou realmente perdemos alguém. E como a velha frase “é quando se perde que se aprende a dar valor”. Pois bem, uma frase do próprio filme serve, também, para explicar como as coisas não começam pelo fim.

"Estamos destinados a perdermos as pessoas que amamos. 
De que outra forma nós saberíamos o quanto elas foram importantes?"

Às vezes temos mesmo que perder, temos mesmo que apanhar, chorar, levar na cara, cair... Tudo pra aprender.

“Você pode ficar revoltado com o destino, pode praguejar, 
pode xingar os deuses, mas quando chega à hora, você tem que aceitar”.

Não vamos ter tempo na vida pra fazer tudo, pra dizer tudo, pra ver e ouvir tudo e todos, que queríamos. Mas certamente faremos, diremos, iremos ver e ouvir tudo e todos, que precisávamos. A vida é assim. Tem que ser assim. Acredito que um homem com todas as experiências existentes saberia como viver eternamente se viver eternamente, ainda assim, fosse possível. Mas do que adiantaria saber de tudo, viver eternamente e não ter novidades?
Como aqueles desenhos animados em que animais/coisas evoluem, aprendi a ver a vida assim. Como estágios, como evolução. Quando chegamos ao que parece ser o fim daquela fase difícil pela qual passamos, evoluímos e vamos para outra fase. E esse tempo entre uma fase e outra, que é imediato a meu ver, nos deixa apreensivos sabendo que pode e é o fim, o qual nós não queremos admitir. Mas depois, quando nos damos conta, estamos com mais vidas, em uma nova fase a enfrentar, a competir, a evoluir.

"A vida só pode ser compreendida olhando para trás, mas só pode ser vivida olhando para frente."

É isso que as consequências, as experiências de vida, nesses meus somente 19 anos, tem me levado a aprender, a querer acreditar. Assim, pra mim ainda há esperança sobre as coisas, sobre as pessoas. Há força, espero eu, para enfrentar o que possa vir de negativo, de ruim, de decepcionante e de triste, no decorrer dos longos anos que acredito, e sim, quero viver ainda. Mas sei também que tudo isso, de alguma forma, apesar de me derrubar, vai me desafiar a crescer mais. Mais do que eu poderia, somado a altura do meu tombo. É ou não é um grande desafio, um desafio maior do que se espera? É, mas estou disposta a querer isso. Assim ganho muitas experiências, muitas lembranças, muitas coisas boas, que essas sim, serão as únicas coisas que eu vou levar comigo. É a única bagagem que vou levar para a próxima “fase”. Essa é e sempre será a minha garantia. Tenho certeza disso!

3 comentários:

  1. adorei a tua comparação. acredito que estamos vivendo bem isso sabe de reflexão e de tomar as decisões! Sua linda, to gostando do teu blog viiu! Saudades tuas! kitty. s2

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  2. Ah que linda que tu é KittyCat *-* Muito obrigada pelo elogio e que bom que tu tá gostando. Isso só me dá estimulo pra continuar escrevendo. Valeu sua linda' =)

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